domingo, 21 de agosto de 2011

Educação Popular

Os golpes militares na América Latina extirparam as organizações populares com perseguições e assassinato dos militantes sociais. Com os movimentos sociais golpeados, os projetos de educação popular foram silenciados. A sobrevivência se fazia cada vez mais prisioneira dos sistemas onde muitos daqueles que ousaram enfrentar pagaram com torturas e ou com a vida.
No Brasil, o vazio deixado na EP foi substituído por instrumentos educativos desenvolvidos no MOBRAL e no supletivo. A experiência de educação popular cubana, uma das poucas que resistiu durante o período das grandes ditaduras da América Latina, se manteve isolada e silenciada pelo bloqueio norte americano.
A EP só veio a ressurgir na América Latina quando houve a retomada dos movimentos populares “nas brechas abertas da ditadura, no seu enfraquecimento, na perda da eficácia de seus instrumentos de repressão” (Belato (1986, p. 77).  Com caraterísticas nitidamente políticas, a EP reapareceu com o objetivo de articular e fortificar a autonomia popular.
 Dos diferentes atores sociais coletivos envolvidos no trabalhado de desenvolvimento de ação e ou sistematização de projetos e teorias de educação popular na América Latina, pode-se citar:  o Centro d eEducação de Adultos da América Latina (CEAAL), o Programa Coordenado de Educação Popular (ALFORJA), o Plan de Auto Gestion Educativa, a Associação de Estudos Orientação e Assistência Rural (ASSESSOAR), a Red de Educación Popular entre Mujeres de América Latina y El Caribe (REPEM) e o Centro de Cooperación Regional para la Educación de Adultos en América Latina y Caribe (CREFAL)
Visite os sites:
www.ceaal.org 

Acampamento em Brasília

Na próxima terça feira,  dia 22 de agosto, movimentos que lutam pela Reforma Agrária no Brasil montarão acampamento em Brasília. A implantação da Reforma Agrária como política pública prioritária é a principal pauta do acampamento.
Os Movimentos também pretendem somar esforços com outras categorias de trabalhadores para um ato unificado nesta quarta-feira (24). Os manifestantes vão pedir o equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor, além da garantia de que 50% da renda proveniente da exploração do petróleo na camada pré-sal seja destinada a investimentos no ensino público. Outra questão central no ato será o pedido para que o Congresso Nacional aprove a proposta de emenda à Constituição que reduz a jornada máxima de trabalho de 44 para 40 horas semanais. Mais informações podem ser vistas em Adital: http://www.adital.org.br/site/noticia.asp?lang=PT&cat=7&cod=59458

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Yvy marã ei

Em "Releitura do Éxodo 3: enquanto vejo Tupiniquins e Guranis sendo mortos pela Aracruz Celulose". Emersom Tavares,  Assessor da Pastoral Juvenil, (re)escreve a lenda de Yvy marã ei:
 
 "Muito tempo depois morreu o Imperador do Mal, e os Filhos do Sol, gemendo sob o peso da escravidão e da extinção, clamavam, e do fundo da escravidão e da extinção o seu clamor subiu até Tupã. E Tupã ouviu os seus lamentos e gemidos; Tupã lembrou-se do dia em que dançou com os grandes caciques, com os grandes pajés, com os grandes xamãs com os grandes anciãos. Tupã viu o os Filhos do Sol e os conheceu e se compadeceu. Eis que caçava e pescava Galdino, Pataxó Hã-Hã-Hãe, as margens do Araguaia, próximo aos Karajás, num território que já não pertencia a ele, nem aos seus semelhantes, muito menos aos seus antepassados e isso aumentava ainda mais o sofrimento que trazia em sua alma. E Tupã lhe apareceu no meio dos toros. Os toros originaram o Quarup. E os toros dançavam, como se estivessem vivos e estavam. E os toros dançavam ao som do canto dos pássaros da floresta, ao som de tambores que Galdino nunca tinha ouvido antes. E Galdino disse: "Darei uma volta e verei este fenômeno estranho, verei por que os toros dançam, como se vivos estivessem, como se guerreiros fossem"...
 
 
...quando Nhanderuvuçu (nosso grande Pai) resolveu acabar com a terra, devido à maldade dos homens, avisou antecipadamente Guiraypoty, o grande pajé, e mandou que dançasse. Este obedeceu-lhe, passando toda a noite em danças rituais. E quando Guiraypoty terminou de dançar, Nhanderuvuçu retirou um dos esteios que sustentam a terra, provocando um incêndio devastador.
Guiraypoty, para fugir do perigo, partiu com sua família, para o Leste, em direção ao mar.
E subiram para o norte, em busca de Yvy marã ei (a “terra sem males”).
Yvy marã ei é um lugar mágico, onde não envelhecem e nem morrem: aí não há sofrimento!